No livro “Capitalismo e
urbanização”, Maria Encarnação Beltrão Sposito trata dos agrupamentos humanos
desde a antiguidade, passando pela idade média até chegar aos dias atuais.
Sposito fala em uma linguagem clara e acessível dos problemas do urbano,
principalmente dos países em desenvolvimento, como é o caso do Brasil, que
estão amarrados às economias de países desenvolvidos.
A urbanização
pré-capitalista dar-se início no período paleolítico quando o homem ainda era nômade,
mas se preocupava com os mortos, dando a eles uma moradia fixa. O homem mesmo
sendo nômade, tinha uma relação intensa com a caverna, pois era o lugar onde
ele buscava abrigo. O período mesolítico
é de fundamental importância para o surgimento das cidades, pois o homem passou
a plantar e domesticar animais, tendo que ocupar uma área permanentemente para
acompanhar o ciclo natural de animais e produtos agrícolas.
O período neolítico foi
marcado pela vida estável nas aldeias com condições melhores, as aldeias
precedem a cidade, mas não podem ser consideradas cidades. Para haver as
cidades tinha que existir uma organização social, só possível com a divisão do
trabalho. O homem pode se dedicar a outras atividades, pois passou a ter alimentos
além da subsistência, e com a divisão do trabalho o caçador passou a ser o
protetor das aldeias, com a evolução tornou-se chefe político e depois o rei. A
relação denominação entre aldeões e caçador-chefe, político-rei, criou a
exploração, e passou-se a pagar tributos.
Originando a sociedade
de classes, materializa a última e necessária condição à origem das cidades. A
origem das primeiras cidades não é precisa, mas provavelmente surgiram perto de
3500 a.c, na Mesopotâmia, entre os rios Tigre e Eufrates, tendo surgido depois
no vale no rio Nilo (3100 a.c), surgindo no vale no rio Indo (2500 a.c) e no
rio Amarelo (1500 a.c). A origem do urbano está no social e no político.
Os impérios antigos
contribuíram para a urbanização porque tiveram um papel fundamental no aumento
do número de cidades, na expansão da divisão do trabalho. Cinco pontos marcaram
a organização social e a urbanização na antiguidade: a especialização do
trabalho, espaço de dominação política, aumento crescente da capacidade de produção
e de distribuição alimentares, a escrita e o centro era o lugar das
instituições sociais, do poder político e das elites ociosas. O início do
período medieval foi marcado pela queda do império Romano, no século V, onde o
trabalho volta para o campo.
A urbanização sob o
capitalismo é onde a cidade nunca fora um espaço tão importante e a urbanização
em processo tão expressivo e extenso a nível mundial, como a partir do
capitalismo. O urbano renasce tendo base territorial no próprio aglomerado medieval,
que não possuía caráter urbano. A industrialização é um processo mais amplo,
que marca a idade contemporânea, e se caracteriza pelo predomínio da atividade
industrial sobre as outras atividades econômicas.
O rápido crescimento populacional
gerou uma procura por espaço, os ricos foram abandonando o centro, surgindo os
bairros de luxo e os bairros pobres. A terceira fase do desenvolvimento
capitalista foi o capitalismo monopolista. A cidade hoje é o lugar onde se
reúnem as melhores condições para o desenvolvimento capitalista, e o campo está
concentrado as plantações, criação de gado e as indústrias com as monoculturas.
Em suma, com o
surgimento das cidades veio a urbanização, os problemas urbanos, a indústria, o
capitalismo e o sistema no qual vivemos atualmente.
SPOSITO, Maria
Encarnação Beltrão. Capitalismo e urbanização.
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